Atualmente, a doença de Alzheimer é identificada quando seus primeiros sintomas surgem: sinais de esquecimento, confusão mental, entre outros. Como ainda não há cura para esta patologia, quanto mais cedo pela puder ser identificada, melhor. É possível que, agora, um simples teste de sangue seja capaz disso. E o mais impressionante: até 30 anos antes das primeiras manifestações da doença.
▬ Estudo prevê Alzheimer com muita antecedência
Um trabalho produzido por um grupo de cientistas do Japão e da Austrália, publicado na revista científica Nature, afirma ter desenvolvido uma técnica na qual uma pequena gota de sangue pode prever o início da doença mesmo 3 décadas antes - e com precisão altíssima de 90%.
Com base em um estudo de 373 pacientes australianos e japoneses, a condição foi prevista com precisão em mais de 90% dos casos.
▬ Como funciona o exame
Quando o Alzheimer está se desenvolvendo, ocorre um acúmulo anormal do peptídeo beta-amilóide no cérebro do paciente. E a ciência já sabe que este processo começa silenciosamente 30 anos antes que o quadro de demência ou perda de memória se instale.
Até agora, as técnicas de medição são extremamente invasivas (é preciso coletar tecidos e fluidos do cérebro do paciente) e caras e na maior parte dos casos o diagnóstico é feito sem essa ferramenta.
O novo exame muda este quadro. Após realizar o teste em uma base de estudo de 373 pacientes, o grupo de pesquisadores japoneses e australianos conseguiu identificar a acumulação do beta-amilóide com muita antecedência em mais de 90% dos casos.
No artigo, eles se animam com a descoberta, um avanço para entender como a doença começa e se desenvolve - por enquanto, um mistério para a medicina.
“De uma pequena amostra de sangue, nosso método pode medir várias proteínas relacionadas ao amilóide, mesmo que sua concentração seja extremamente baixa", afirma Koichi Tanaka em comunicado; ele foi o vencedor do Prêmio Nobel de Química em 2002 como reconhecimento pela criação desta técnica.
▬ Como vai ajudar pacientes com Alzheimer?
Ainda não há cura para a doença de Alzheimer, mas a descoberta precoce pode ser fundamental para definir mudanças de estilo de vida para os potenciais pacientes, por exemplo, em relação ao sono, à dieta e à atividade física, que podem amenizar o quadro ou até impedir seu progresso.
Os pesquisadores afirmam que em breve, nos próximos 5 anos, será possível que em check-ups de pessoas com idade superior a 55 anos seja incluso teste de sangue para identificar quem está ou não em risco de desenvolver a doença.
Nos Estados Unidos, a doença neurológica já é a sexta maior causa de morte: 3,6% dos óbitos são resultado da doença, que aflige 5,5 milhões de norte-americanos. No Brasil, a estimativa é que 1,2 milhão de pessoas sofra da doença.
MSN