O bizarro episódio em que os atacantes Cavani e Neymar discutiram para ver quem bateria um pênalti durante a vitória por 2 a 0 do PSG sobre o Lyon, no último domingo, pelo Campeonato Francês, chamou a atenção da imprensa francesa.
O jornal Le Parisien, por exemplo, já vê uma "guerra declarada de egos" entre o brasileiro e o uruguaio, que disputam o protagonismo na linha de frente do clube parisiense.
"A vitória por 2 a 0 sobre o Lyon não conseguiu esconder a tensão entre os dois atacantes, que disputavam a bola antes de cada pênalti e falta próxima à área. Esse é um problema que destaca a já declarada guerra de egos entre as duas estrelas do time", destacou o veículo.
"Já havia acontecido contra o Saint-Étienne, contra o Celtic e agora contra o Lyon. A cada pênalti, a mesma história: Neymar tenta pegar a bola, Neymar a pega de volta, coloca na marca do pênalti e chuta", completou.
O jornal ainda disse que Neymar desconcentrou Cavani, que perdeu uma penalidade no duelo contra o Lyon - o goleiro Anthony Lopes acertou o canto e fez bela defesa.
"Ninguém garante que Cavani teria acertado se não fosse perturbado por seu colega de equipe, mas (as reclamações de Neymar) certamente não o deixaram nas melhores condições para chutar", salientou.
Já o L'Équipe, mais importante jornal esportivo francês, criticou a postura dos camisas 10 e 9, citando que "eles pararam até de passar a bola um para o outro".
De acordo com o rotativo, Neymar busca apenas jogadas com Mbappé, deixando Cavani isolado do jogo. Por outro lado, quando tem a bola, o uruguaio também não procura Neymar.
"Cavani não deu nenhum passe para Neymar durante a partida. Neymar, por sua vez, só lhe deu dois. Isso evidenciou as dificuldades ofensivas do PSG contra o Lyon, time bem consolidado e sólido em sua defesa", destacou.
"O uruguaio, aliás, vive dilema. Na partida, ele só tocou na bola 21 vezes e deu 8 passes. Em outras palavras: foi pouco utilizado. Neymar e Mbappé se procuram sistematicamente em campo, em detrimento do outro parceiro. E é claro que Cavani não tem a mesma técnica deles, mas seu faro de gol afiado continua oferecendo boas soluções à equipe", ressaltou.
O L'Équipe ainda citou que Cavani ficou tão revoltado com a discussão com Neymar que acabou indo direto para os vestiários após o apito final, sem ficar no campo para agradecer aos torcedores nas arquibancadas, o que é praxe no PSG.
O técnico Unai Emery, por sua vez, fez questão de acalmar os ânimos e evitar qualquer princípio de polêmica envolvendo os jogadores.
“Questões como a de hoje serão resolvidas internamente, pelo grupo. Há vários atletas capazes de bater os pênaltis, não possuímos uma lista de hierarquia. Acredito que os dois sejam capazes de chegar a um acordo, porque se não se resolverem, quem vai decidir sou eu. Não quero que isto vire um problema para o restante do elenco”, disse.
ESPN