A CBF está encontrando dificuldades técnicas para a implantação do Árbitro de Vídeo. O sistema tem algum nível de complexidade e a Comissão de Arbitragem ainda não conseguiu encontrar a melhor maneira de resolver os problemas. A disposição de utilizar o recurso já na próxima rodada do Campeonato Brasileiro permanece, mas existe uma corrida contra o tempo para que a estreia possa ocorrer.
Reunião realizada nesta terça-feira (19) na sede da entidade, no Rio, com a presença de integrantes da comissão e a participação de representantes da Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão e que vai ceder as imagens, debateu as dificuldades. Entre as questões a ser resolvidas estão a transmissão do sinal, a forma de uso das imagens, locais para instalação dos equipamentos nos estádios e até a aquisição de monitores e sua alimentação.
As discussões prosseguirão nesta quarta-feira. Há quem considere ruim a pressa na adoção do Árbitro de Vídeo - o uso do recurso foi determinado pelo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, na última segunda-feira (18), em reação à polêmica causada pelo gol marcado com a mão pelo atacante Jô na vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Vasco, no dia anterior. Não está descartado um adiamento.
Outro problema é que poucos árbitros brasileiros da ativa receberam treinamento para trabalhar com o vídeo. Sandro Meira Ricci, Wilson Pereira Sampaio e Anderson Daronco fizeram curso na Conmebol, que vai implantar o sistema nas semifinais da Copa Libertadores. Péricles Bassols Pegado Cortez está sendo preparado pela CBF.
Além disso, a CBF terá de obter uma autorização da International Board (Ifab) para que possa usar oficialmente o vídeo na arbitragem do Campeonato Brasileiro. Foi o que disse nesta terça-feira o Estado o secretário-geral da entidade, Lucas Brud.
O dirigente elogiou a preparação da CBF. "Principalmente considerando o tamanho do país e da diferença de infraestrutura que existe entre os estádios, acredito que o trabalho tem sido bem feito", afirmou.
Lucas Brud também indicou que a entidade não vê problemas em adotar a tecnologia inicialmente para apenas alguns jogos, como planeja a CBF, e aos poucos expandir para todo o torneio. "Na Polônia, a tecnologia está sendo implementada aos poucos. Começaram com um jogo a cada semana e, agora, passaram a ter dois".
Estadão