O presidente Michel Temer afirmou que "conversa com quiser", na hora e no lugar em que preferir, em resposta às críticas por diversos encontros que ocorreram recentemente fora da agenda oficial, muitas vezes de noite. As declarações foram feitas em entrevista exibida pelo "SBT" nesta quinta-feira (24).
— Eu converso com quem eu quiser, na hora que eu achar mais oportuna e onde eu quiser — disse.
Para Temer, não há problemas em realizar reuniões de noite, porque o presidente "trabalha permanentemente".
— Quem fala que 22h é tarde, deve ser porque trabalha até 18h, e acha que depois das 18h ninguém pode trabalhar. O presidente da República trabalha permanentemente e não tem local de trabalho — ressaltou.
O presidente disse não ter "temor nenhum" da delação premiada do doleiro Lúcio Funaro, e garantiu que não o conhece pessoalmente.
— Zero. Não tenho temor nenhum. Aliás, nem o conheço. Se o conheço, conheço daquele jeito, sabe, pessoas que vem cumprimentar você — disse.
Temer ressaltou que o Ministério Público tem "todo seu apreço", mas criticou o procurador-geral, Rodrigo Janot, sem citar seu nome, por fatiar as denúncias contra ele.
— Para que fatiar a denúncia, se o inquérito é um só, e os fatos estão aí enlencados? Foi para dizer: "Se ele ganhar a primeira, eu venho com a segunda. Se ele ganhar a segunda, eu venho com a terceira". Isso não é tipicamente uma função, digamos, para a estatura de um chefe do Ministério Público — reclamou.
O presidente voltou a negar que irá disputar algum cargo eletivo em 2018, para não perder o foro privilegiado.
— Essa questão da prerrogativa de foro não me preocupa, e não deve preocupar a ninguém. Não tenho nenhuma intenção de me candidatar a nada.
O Globo