Existem várias hipóteses para explicar essas verdadeiras tragédias ecológicas, que vitimam muitas baleias e golfinhos todos os anos. As causas vão desde problemas fisiológicos nos próprios animais, que poderiam prejudicar seu senso de orientação, até interferências provocadas pelo meio ambiente, como mostra a tabela abaixo. “Em espécies gregárias (que vivem em bandos), como golfinhos, botos, baleias-piloto e cachalotes, classificados como odontocetos (com dentes), o encalhe de um animal doente ou desorientado pode levar o grupo todo a encalhar junto, já que esses indivíduos não são abandonados por seus pares. No caso das baleias de barbatana, cientificamente classificadas como misticetos, como a jubarte e a franca, os encalhes geralmente acontecem com animais solitários, já debilitados por alguma doença”, afirma o ambientalista e escritor José Truda Palazzo Jr., coordenador no Brasil do projeto Baleia Franca, que busca proteger uma das espécies de baleia mais ameaçadas de extinção no planeta.
Enquanto alguns indivíduos dos grandes grupos de odontocetos que encalham podem ser salvos – em operações de resgate coordenadas por especialistas -, no caso dos misticetos esses esforços raramente surtem efeito. “O animal socorrido geralmente volta a encalhar e acaba morrendo de desidratação ou sufocamento sob o próprio peso”, diz José Truda.
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