"Entre os anos de 1995 a 2005 eu trabalhei como doméstica. Um dia estava pegando o garrafão de água de 20 litros e fiquei com a coluna ruim, tive hérnia de disco. Desse dia para cá não fiz mais o trabalho. Por isso decidi ser diarista, o dia que eu posso trabalhar eu ganho, quando estou doente não recebo.
O trabalho era de carteira assinada, com todos os direitos. A partir do momento que senti as dores, eu fiquei encostada no INSS, mas depois perdi o benefício. Fiquei recorrendo, recorrendo, e nada. Depois eu voltei para o trabalho, mas a patroa não me quis mais por conta das dores que eu sentia. Eu fiquei parada por um tempo e comecei a fazer a fisioterapia. Então, uma amiga me deu a ideia de virar diarista.
Hoje trabalho em quatro casas fixas, e tem mais uma que eu vou por quinzena. Por mês, eu consigo quase R$ 2 mil. Atendo um dia na Manoel Dias, um na Ribeira e outro no Rio Vermelho.
Eu não defino o horário com o patrão. Chego na base de 9h da manhã e, no máximo, umas 19h30 eu vou embora. Eu termino tudo no dia mesmo e se precisar passo desse horário para terminar. Meus patrões são bons, a gente brinca, se diverte. Tem uns que eu tenho uma relação de muito tempo".
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