O assaltante Crispiniano Santos da Silva, 23 anos, que esfaqueou e matou o marinheiro Marcos Paulo Lira Nunes, 19, na tarde de domingo (17), na passarela próxima ao Shopping da Bahia, voltou atrás e disse que o crime não teve motivação passional. Ele foi preso na noite desta segunda-feira (18) na mesma região onde atacou o marinheiro.
Segundo a delegada Mariana Oais, titular da 1ª Delegacia de Homicídios, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Crispiniano mentiu em interrogatório que a vítima teve um relacionamento com sua namorada para ser enquadrado em homicídio simples e evitar uma pena maior aplicada em casos de latrocínios - roubo seguido de morte.

Frieza
Na manhã desta terça-feira (19), Crispiniano contou como atacou o marinheiro. Segundo ele, o que chamou a atenção foi um volume que parecia ser um celular no bolso do rapaz. Ele então acionou os dois comparsas para realizar o roubo. Foi Crispiniano quem anunciou o assalto, mas Marcos Paulo acabou reagindo. 
"Não era minha intenção (de matar), mas ele reagiu e veio para cima de mim, tentando me dar um murro. Minha única obrigação era esfaquear ele. Mas não era para morrer", contou o assaltante com bastante frieza. "Fazer o que, se já morreu? Vou ficar preocupado com o quê? Agora é pedir perdão a Deus", completou.


Marcos Paulo era marinheiro formado pela Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará, em Fortaleza. Após se formar, em dezembro, se mudou para a capital baiana, onde servia no Navio-Varredor "Albardão", na divisão de varredura de convés. Ele estava morando no bairro de Paripe.
Mesmo depois de matar o marinheiro, Crispiniano voltou a praticar assaltos na região do Iguatemi. "Eu já sabia que ia ser preso. Voltei porque tinha que continuar ou então iria morrer. Fico quatro ou cinco anos e depois um advogado vai lá e me solta", disse o suspeito, sem demonstrar remorso pelo crime.
Crispiniano é bastante experiente no mundo do crime e já passou por quatro unidades prisionais diferentes. Segundo a polícia, ele começou a roubar aos 7 anos de idade e já foi internado 16 vezes, incluindo por porte ilegal de armas e tráfico de drogas. Depois de atingir a maior idade, ele foi preso por homicídio. Natural de Santo Estêvão, Crispiniano mora em Salvador desde os dois anos. Atualmente ele morava no bairro de Tubarão, no subúrbio. 


Fonte: Correio 24 Horas