O coronavírus está em evidência, mas outra grande preocupação do sistema público de saúde é a gripe. Conforme dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), de janeiro até a última quinta-feira (12), foram registrados na Bahia 38 casos e duas mortes causadas pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), provocada pelo vírus Influenza A (H1N1). Mas, ao contrário do coronavírus, a gripe já conta com vacina e a imunização é gratuita nos postos municipais. A Campanha Nacional de Vacinação começa na próxima segunda-feira (23).

No primeiro momento, serão vacinadas as pessoas com mais de 60 anos e trabalhadores da área de saúde,  que atuam na linha de frente do atendimento à população. De acordo com o Ministério da Saúde, a decisão de vacinar inicialmente os idosos é uma atenção especial a esse público de risco. A ideia é evitar que essas pessoas façam longos deslocamentos, devido às restrições do coronavírus, levando em consideração ainda que os quadros de doenças respiratórias são comuns. 

A priorização dos idosos nessa primeira etapa, mesmo diante da não-eficácia da vacina de Influenza contra o coronavírus, é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as influenzas na triagem e acelerarem o diagnóstico para Covid 19. Além disso, a pasta leva em consideração os estudos e dados que apontam que casos mais graves de infecção por coronavírus têm sido registrados em pessoas acima de 60 anos.

A partir do dia 16 de abril, será a vez da dose ser tomada por professores, profissionais das forças de segurança, salvamento e pacientes com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, asma, entre outras.

Já no dia 9 de maio, o chamado Dia D, um sábado, o público-alvo imunizado será crianças com idades entre seis meses e seis anos incompletos, pessoas entre 55 e 60 anos incompletos, gestantes, puérperas e indígenas. 

Inicialmente, a campanha estava prevista para começar no dia 19 de abril com grupos com crianças, idosos e gestantes, mas o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, anunciou a antecipação do início da campanha para o dia 23 de março, por conta da pandemia de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. A ideia é reduzir as suspeitas do novo vírus, que tem sintomas parecidos com a gripe.

Ao anunciar as medidas no dia 6 de março, o ministro aproveitou para destacar que “as influenzas A e B são mais comuns que o coronavírus e a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe diminui a situação endêmica dos vírus respiratórios no país, por isso é tão importante que as pessoas que fazem parte do público-alvo da campanha procurem uma unidade de saúde”, concluiu.

O governo federal explica que a campanha não oferece a vacina para todos de uma única vez para evitar que muitas pessoas procurem os postos de saúde ao mesmo tempo, o que pode provocar confusão e desabastecimento. Além disso, todos os brasileiros — mesmo fora do público-alvo — podem adquirir a vacina contra a gripe na rede privada. 

▬ BAHIA

Segundo afirmou em fevereiro o secretário de Saúde de Bahia, Fábio Vilas Boas, nos últimos anos, os índices de vacinação no estado têm ficado entre 50% e 60% da meta inicial.

No ano passado, a Bahia teve 1,8 mil casos de contaminação por Influenza A (H1N1) e B (H3N2), além de 138 mortes causadas pelos vírus. Segundo o último boletim epidemiológico da Influenza, de 12 de fevereiro, Salvador apresentou esse ano mais de 50% das notificações de gripe no estado.

▬ LEMBRE-SE!

Mesmo que você não tenha tido contato com alguém que tenha vindo do exterior, se você tiver qualquer sintoma de gripe deve ficar em casa. A recomendação é da Sesab.

"Nesta fase da pandemia de Covid-19 na Bahia, as pessoas com quadros respiratórios (tosse, espirros, com ou sem febre) devem permanecer EM CASA até desaparecimento dos sintomas. Em média esse período irá durar 3 dias. Só há necessidade de procurar médico se o quadro piorar", informou pelo Twitter Fábio Vilas-Boas.


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