O dólar começou a semana em disparada, fechando acima de 5 reais pela primeira vez na história e registrando a maior alta percentual diária em quase três anos, com o real entre os piores desempenhos globais seguindo um dia de fortes perdas nos mercados financeiros diante das dúvidas sobre a capacidade de bancos centrais e governos de lidar com a crise do coronavírus.

O câmbio doméstico foi afetado adicionalmente pelo salto nas apostas de corte mais agressivo de juros pelo Banco Central brasileiro na próxima quarta-feira, depois de o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) em novo movimento emergencial derrubar o juro norte-americano para perto de zero no domingo.

O dólar à vista saltou 4,86% no fechamento, a 5,0467 reais na venda, nova máxima recorde nominal para um encerramento de sessão.

No pico intradiário, a cotação foi a 5,0700 reais.

A alta percentual é a mais intensa desde a disparada de 8,15% de 18 de maio de 2017, data que ficou conhecida como "Joesley Day", depois de o empresário Joesley Batista ter divulgado áudios do então presidente da República Michel Temer.

Na B3, o dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 4,32%, a 5,0415 reais.


Reuters