O Fluminense de Feira de Santana, na Bahia, desistiu da contratação do goleiro Bruno. Em virtude da repercussão negativa, especialmente depois do depoimento da jornalista Jessica Senra na TV Bahia, o clube optou por encerrar os contatos para contratar o jogador, que cumpre pena em regime semiaberto domiciliar sob a acusação de assassinar Eliza Samudio.

Em entrevista coletiva, o presidente Ewverton Carneiro, conhecido como Pastor Tom, admitiu que o depoimento da jornalista e a indignação de torcedoras na internet fizeram a diferença para o Fluminense vetar a negociação, que estava bem encaminhada. O clube ratificou a posição exposta pelo dirigente, eleito deputado estadual na Bahia (Patriotas), em nota oficial.

"Devido a grande manifestação de uma parte da torcida, em especial a torcida feminina, e da grande movimentação nas redes sociais, a diretoria do Fluminense de Feira desistiu da contratação do goleiro Bruno Fernandes, ex-Flamengo", comunicou o Fluminense.

Jessica Senra, em contato com a UOL Esporte, comentou sobre a desistência do negócio. A repercussão do próprio depoimento tomou grandes proporções e influenciou na decisão do clube.

"Foi uma repercussão imensa. Eu vi mais gente contra a contratação do que a favor. Vi que o clube desistiu da contratação por causa da repercussão. Eu queria de coração dizer que acho que ele precisa ter a possibilidade de recomeçar. Para mim, há duas questões importantes: a crueldade desse crime e a posição de prestígio que um jogador de futebol tem", declarou.

"Se fosse crimes que não atentassem contra vida e dignidade humana, talvez a gente não se incomodasse tanto. Tanto é uma posição de prestígio que tem muita gente ignorando o resto só porque ele é jogador. Isso traz uma mensagem negativa para um país que mata uma mulher a cada duas horas", sentencia Jessica Senra, que se tornou um dos assuntos mais comentados do dia no Twitter após o depoimento dado na televisão.

"A repercussão foi grande e gerou a desistência da contratação. Essa resposta é importante porque a gente mostra como sociedade que tem coisas que a gente não tolera, mesmo que lei permita", acrescentou a jornalista.


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