Você sabe se há diferença entre ter um derrame e ter um AVC (Acidente Vascular Cerebral)? Embora muita gente se confunda, os dois termos são usados para a mesma coisa: quando ocorre morte de células do cérebro pela interrupção do fluxo sanguíneo.

"Já foi mais comum confundir as duas palavras, as pessoas conheciam a doença popularmente pelo nome de derrame", comentou Letícia Januzi, neurologista vascular do Hospital Universitário da Universidade Federal de Alagoas, durante XXI Congresso Iberoamericano de Doenças Cerebrovasculares, em Gramado (RS).

Atualmente, os médicos afirmam ser muito raro os pacientes falarem derrame, mesmo se forem mais carentes de informação. "Com certeza usar a palavra AVC está mais frequente, e de alguma forma é o termo mais correto. Derrame está caindo em desuso e é só um apelido, um termo leigo", completou Januzi.

Além disso, a neurologista comentou que a palavra derrame costuma trazer consigo uma carga negativa que não é benéfica para o paciente, por remeter a aquele ditado popular de que 'não adianta chorar pelo leite derramado'.

"Dizer derrame traz uma sensação de que não há mais nada a ser feito, o que é algo muito forte e não é verdade. Após o AVC existe um longo caminho de reabilitação para melhorar a qualidade de vida do paciente", contou.

▬ TIPOS DE AVC E SUA GRAVIDADE

O AVC é uma doença comum que afeta 17 milhões de pessoas por ano. Existem dois tipos de acidente vascular cerebral:

► AVC hemorrágico: que é mais agressivo e se dá quando um vaso sanguíneo ou artéria se rompe, causando vazamento do sangue;

► AVC isquêmico: que pode ocorrer quando há um entupimento do vaso sanguíneo por acúmulo de placas de gordura em suas paredes ou por um coágulo entupir o vaso e impedir o fluxo de sangue.

Em ambos os casos, depende muito da área em que houve o acidente no cérebro, do tamanho e da gravidade da lesão para determinar quais serão as sequelas do paciente. De qualquer forma, uma equipe multidisciplinar com fisiatras, neurologistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e outros profissionais podem atuar para melhorar as sequelas e dar uma melhor qualidade de vida ao paciente.


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