O dólar fechou a segunda-feira (23) em alta de mais de 1% e foi ao patamar de 3,45 reais, maior nível em quase um ano e meio, seguindo o movimento dos mercados externos em meio a temores de que a pressão inflacionária leve o banco central dos Estados Unidos a ser mais firme no aperto monetário.
O dólar avançou 1,20%, a 3,4528 reais na venda, depois de tocar a máxima de 3,4538 reais no dia e no maior patamar de fechamento desde 2 de dezembro de 2016 (3,4726 reais). O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,1% no final da tarde.
"O Treasury de 10 anos testou novamente os picos deste ciclo econômico... geralmente, as rodadas de abertura (alta das taxas) dos Treasuries afetam o humor global a risco, o que está dando suporte ao dólar no mundo", disse o gestor e sócio da gestora Flag Dan Kawa.
Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos dos EUA foram a quase 3% nesta sessão, em meio a preocupações com a crescente oferta de dívida pública do país e a aceleração da inflação. Com isso, o dólar chegou a atingir a máxima em sete semanas ante uma cesta de moedas.
Esse cenário aumentava o temor de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar os juros mais do que o esperado. Taxas elevadas na maior economia do mundo tendem a atrair recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
"E isso levaria a menos liquidez no mercado, o que puxa o dólar", afirmou o gestor de derivativos de uma corretora local.
O dólar também subia ante divisas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
Como pano de fundo, os investidores seguiram acompanhando o noticiário político interno, a poucos meses das eleições presidenciais de outubro.
O Banco Central vendeu todo o lote de 3,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 1,87 bilhão de dólares do total de 2,565 bilhões de dólares que vence em maio.
Se mantiver esse volume diário e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.

Reuters