Um ex-aluno abriu fogo nesta quarta-feira (14) em uma escola de ensino médio na Flórida, sudeste dos Estados Unidos, em um ataque que fez 17 mortos, segundo a Polícia, e deixou estudantes assustados em suas salas de aula, enviando mensagens para amigos e parentes pedindo ajuda.
A Polícia informou que um suspeito foi detido depois do incidente na escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas em Parkland, cidade 80 km ao norte de Miami.
As autoridades identificaram o suspeito como Nicolás Cruz, um jovem de 19 anos, que foi aluno desta escola, mas foi expulso por problemas disciplinares.
O ataque a tiros, um dos 18 registrados nos Estados Unidos desde o começo do ano, traz de volta o tema da epidemia da violência armada no país e o fácil acesso a armas, com 33.000 mortes anuais relacionadas com armas de fogo.
O superintendente do distrito escolar do condado, Robert Runcie, declarou à CNN que acreditava haver "muitos mortos".
"É um dia horrível para nós", disse.
Catorze vítimas haviam sido identificadas e levadas a hospitais locais, informou a delegacia do condado. Segundo informes prévios, entre 20 e 50 pessoas teriam ficado feridas.
"Esta é uma situação muito trágica para todos os envolvidos", disse à CNN a prefeita de Parkland, Christine Hunschofsky, que disse ter falado com vários estudantes.
"Estavam muito assustados", afirmou. "E quase em estado de choque quando saíram".
Quando perguntada sobre a segurança, a prefeita disse que sempre havia um oficial da Polícia nas instalações e que a escola, frequentada por 3.000 estudantes, tinha um "único ponto de entrada".
Imagens de televisão mostravam oficiais de polícia com capacetes, coletes à prova de balas e armas automáticas estacionados em vários pontos ao redor do complexo escolar. Um ferido era levado de maca para uma ambulância.
- "Todo mundo começou a correr" -
A estudante Jeiella Dodoo contou à CBS News que ela e suas colegas de turma evacuaram a sala em calma após ouvirem o que pensaram ter sido uma simulação de rotina.
"Soou o alarme, então saímos", contou. "Depois, ouvimos tiros".
"Escutei seis tiros. E depois algumas pessoas começaram a correr e em seguida todo mundo começou a correr. Pensamos, 'se é real, então simplesmente vamos correr'", relatou.
Um professor de matemática da escola contou à CBS ter se escondido com seis de seus alunos.
"Estamos bem. Estamos esperando", disse.
Caesar Figueroa contou à CNN que sua filha estava escondida em um armário, enviando mensagens de texto à sua família.
"Está com dez amigos. Disse ter ouvido disparos. Uma janela estourou e todo mundo gritava e corria. Disse ter corrido para o armário e que ainda estava ali", contou.
- "Nenhuma criança deveria se sentir insegura".
O presidente Donald Trump enviou seus pêsames pelo Twitter.
"Minhas orações e minhas condolências às famílias das vítimas do horrível tiroteio na Flórida", escreveu. "Nenhuma criança, professor ou qualquer outra pessoa deveria se sentir inseguro em uma escola americana", acrescentou.
Desde janeiro de 2013, "houve pelo menos 283 tiroteios em escolas em todo o país, o que dá em média uma escola por semana", segundo Everytown for Gun Safety, grupo sem fins lucrativos, que promove o controle de armas.
Desde o massacre de 2012 na escola de ensino fundamental Sandy Hook em Newtown, Connecticut, onde 20 crianças e seis adultos foram mortos a tiros, os procedimentos de alertas e as simulações de emergência se multiplicaram nas escolas dos Estados Unidos.
O objetivo é ensinar aos estudantes como reagir diante de uma pessoa que abre fogo ao acaso.

MSN