No último mês de setembro, uma reportagem do Preto No Branco chamou a atenção para o descumprimento da Lei da Acessibilidade na agência Rio São Francisco do Banco do Brasil, situada na Avenida Adolfo Viana, em Juazeiro. Na agência, que tem um estacionamento para três veículos, não há nenhuma vaga para pessoas com deficiência.
Os correntistas da agência, cadeirantes ou pessoas com limitações físicas, não têm onde estacionar e são muitos os transtornos quando eles chegam a instituição bancária.

Na ocasião, o Blog foi a agência, acompanhando uma pessoa com deficiência e encontraram agentes municipais de trânsito que passavam pelo local. Quando abordados para fazer um alerta sobre a situação irregular, ouviram de um deles que “o correntista deveria mudar de agência”.
Foram feitos vários contatos com a gerência, através de ligações telefônicas, para obter respostas sobre a falta de acessibilidade no local, em todos informados que o gerente da agência, servidor indicado para fazer os esclarecimentos, não se encontrava no local.
Na manhã de ontem (31), a reportagem conseguiu falar com o gerente da agência Robson Santos. Ele informou que o espaço do estacionamento é utilizado por funcionários da agência, inclusive pelo seu veículo. O gerente disse ainda que o espaço é “área de segurança” do banco.
O gerente também afirmou que é do município a responsabilidade de demarcar as vagas prioritárias na via pública. Robson disse também que “quando um cadeirante chega a agência, ele é avisado por um segurança e retira o seu veículo para dar a vaga”.
Mas não foi isso que foi observado. Flagramos um idoso cadeirante de 95 anos, com dificuldades para entrar na agência.
Seu José Nicolau é levado, mensalmente, por familiares até a agência. A neta dele, Elisângela Souza, reclama dos transtornos. “Isso aqui é um absurdo. A gente tem que botar o carro na calçada, tirar meu avô do carro às pressas, porque se passa um guarda já quer logo nos multar. Daí uma outra pessoa tem que procurar um estacionamento longe e na saída ele fica esperando no sol quente até que o carro chegue. Nunca dar pra vir só uma pessoa com ele. Tem quer duas pessoas. Uma para arrastar o carro, outra pra ficar com ele. Um transtorno”, reclamou Elisângela.

Em contato com a CSTT – Companhia de Segurança, Trânsito e Transporte (CSTT), foi informadois que “o estacionamento em frente ao Banco do Brasil, localizado na Avenida Adolfo Viana, faz parte do terreno do banco e não da via pública”.
O órgão afirmou ainda que “não compete a CSTT legislar sobre estacionamento privativo. Cabe ao órgão bancário se adequar a Lei da acessibilidade N° 10.098/2000”.
Com este impasse, só quem sofre mesmo são as pessoas com deficiência que perdem o direito à acessibilidade. Não sentimos a menor boa vontade da gerência do banco em reservar uma vaga prioritária.

Blog Preto no Branco