Até a década de 80, Sento-Sé tinha situação e oposição no campo da direita!... Com a vinda de técnicos do Estado pra trabalhar na relocação das comunidades desabrigadas pela barragem de Sobradinho, desenvolveu-se o partidarismo de esquerda com o surgimento do associativismo autêntico. Em 1988 as forças progressistas uniram-se para derrotar eleitoralmente a ultima versão administrativa de tradição coronelística - a derrotou, mas, sem muita mudança nem melhoria social!

De 1989 a 1999, com o fim do Decreto que criou a Área de Segurança Nacional e nomeou prefeito por nove anos - continuamos vitimados socialmente por gestões muito conservadoras com exceção de sete meses do saudoso ex-prefeito João Leopoldo (ex-militante estudantil comunista) – vítima de “homicídio político” com a face do atraso tradicional.  De 1997 a 1999 o senhor Ednaldo Barros realizou a sua primei gestão, fazendo piorar o que já era muito ruim.

Os senhores Ednaldo Barros e Juvenilson Passos disputaram  cinco Eleições (2000/2004/2008/2012/2016), três disputas diretas, Ednaldo apresentou nome em uma delas e Juvenilson em três!... Com três gestões municipais de Ednaldo liderando o seu grupo político - duas de  Juvenilson e uma da Ana Luiza Passos – tendo Juvenilson com líder do grupo político!

Observar-se dois modelos de gestões, diferentes, mesmo num sistema de organização social e sistema político econômica único de natureza capitalista “embrionário” – onde a cultura popular é pautada em vícios do interesse individualizado, personalizado, egocêntrico e de ilicitudes, há experiência mais voltada para o social (de esquerda)!... O perfil de Ednaldo Barros e seu grupo é de “extrema direita”, liderado pelo PSDM, e o de Juvenilson é do “centro esquerda”, onde partidos da extrema esquerda como PT, PCdoB o compõe!

Todo esse meu “arrodeio” o é para me referir ao bate-papo de três homens que conviveram com os dois modelos de gestão, supracitadas, em conversa amistosa na tarde de sexta-feira 17/12/2017 e que vi e ouvi, pontuaram diferentes condutas políticas, administrativas e pessoais no comando do governo, mesmo considerando o conjunto de normas padronizadas para orientar às administrações públicas!... Na conversa os senhores demonstrando certo padrão de conhecimento,  fizeram análises – pontuando fatos e apontando erros, assim como, reconhecendo acertos, afirmaram que: “na gestão passada as desordens eram enormes - prestadores de serviços e fornecedores davam ordem no setor de contabilidade da Prefeitura, disputando  o empenho dos processos de pagamento; o atendimento pessoal era desumano (...); a falta de credibilidade no que se dizia e fazia era enorme; um descontrole total; foi enorme a desorganização interna; não se tinha qualquer responsabilidade; as ilegalidades eram terríveis; enorme menosprezo pelo interesse social”... ... ...!

Analiso que pelo menos 90% (noventa por cento) da população tem perfil político social direitista (conservador). Divididos em quatro tipos de tendência eleitoral: 1 que eleitoralmente é Ednaldo sempre; 2 que é Juvenilson sempre, 3 que flutua e pende para um dos dois a depender do momento e 4 que que se abstêm de votar, anula o voto, ou vota em branco. Imagino que mais ou menos 10% (dez por cento) do povo tem ideologia de esquerda, mais ou menos desenvolvida, estão sempre, ou na maioria das vezes, aonde estiverem os partidos de esquerda, principalmente, PT e PC do B -  com poucos casos de exceção, traição ou desvirtuamento político!

Se voltarmos ao tempo, duas a quatro décadas, a nossa realidade conjuntural era pior do ponto de vista da repressão contra a quem fizesse oposição ao grupo do poder local e o clientelismo, paternalismo já era presente com menor adesão popular!... Porém do ponto de vista das práticas sociais ilegais, passamos por uma piora alarmante em todos os sentidos, de lá para cá (...)!

A natureza tradicional, atrasada e histórica do Sistema Político Ideológico, veio ensinando falsamente, a todo momento, no percurso histórico de que: “política não é coisa pra gente séria; nada pode melhorar; todos são iguais na política; tudo tem de ser ruim” (...)!... Negando maldosamente o lado importante, bom e sério da política como ciência de orientação do desenvolvimento geral com a promoção dos Direitos Sociais que podem tornar a vida boa e digna!


Laurenço Aguiar – Observando o Mudo e as Coisas da Vida