Nas últimas semanas, o reservatório na cidade de Três Marias, região central de Minas, tem registrado, diariamente, defluência (quantidade de água liberada pela barragem) em ritmo mais acelerado que afluência (a quantidade que chega). Os indicadores foram de 276 metros por segundo e 41 metros por segundo, respectivamente. O volume útil da represa mineira está em 20,6%. O principal motivo deste cenário preocupante é que Três Marias precisa liberar mais água do que recebe para evitar que a usina de Sobradinho, no Sertão da Bahia, entre em colapso por conta da falta de chuva. 


O impacto também é econômica, porque a quantidade de turistas diminuiu e interferiu no lucro de comerciantes. “Desde o início do ano, calculo que o movimento seja cerca de 40% menor”, lamentou dona Sandra Leal dos Santos, de 53, a mais antiga dona de barracas na principal praia de Três Marias.

Estamos aqui há três décadas. Temos de torcer para chegar mais chuva para as coisas não piorarem. Há alguns anos, o volume d’água chegava mais perto das barracas. Hoje, está bem distante. Você viu a embarcação encalhada na ilha atrás daquele monte?”, questionou Djalma José, de 57, marido da comerciante. Os relatos foram publicados no jornal Estado de Minas.

A Cemig informou que “a gestão da usina é compartilhada com o Operador Nacional do Sistema (ONS) e envolve outros reservatórios na bacia do São Francisco”. De acordo com o ONS, “é preciso esperar o próximo período úmido, que começa normalmente no fim de novembro e vai até abril, para se ter uma ideia de como ficará a situação do reservatório da usina”.


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