O caso da jovem que inventou uma gravidez, parto e chegou a fazer festa de 1 ano para uma criança que não existia impressiona. A atendente de supermercado Emily Maganha viveu a história de perto e diz que às vezes não acredita no que aconteceu. 

Foi a filha dela, Laura, de 1 ano, que Pâmela Serveli, 24, tentou sequestrar para fazer passar por sua. Laura era o nome do suposto bebê da jovem. No dia da festa em que a farsa foi descoberta, Pâmela chegou a enviar três conhecidos até a casa de Emily para tentar tomar a criança à força. 

Muito louca, se eu conto ninguém acredita, não dá pra acreditar. Parece filme, mentira, que ela queria pegar minha filha mesmo. Acho que ela acreditava que a Laura era filha dela, pra mim é isso: ela acreditava e ela queria levar à festa", conta Emily.

Emily e Pâmela se conheceram através de uma amiga comum. Depois, mantiveram contato mais pelas redes sociais, onde Emily acompanhou toda suposta gravidez da outra. Um dia, Pâmela pediu para visitar Emily e conhecer a filha dela. Lá, ela tirou uma foto segurando a criança no colo. Essa imagem, posteriormente, foi usada por Pâmela para fingir que se tratava de sua filha.

"Ela me contou que a filha dela estava doente no hospital, eu fiquei com dó. Ela falou: eu posso ver sua filha? Eu falei: pode. Ela foi lá em casa. A única vez que ela foi lá em casa foi esse dia pra ver minha filha", explica Emily.

No dia da festa de 1 ano que Pâmela montou para a filha que não existia, três homens foram até a casa de Emily. Marido desta, Guilherme Biagini os recebeu. O trio dizia que Laura seria filha de Pâmela e que estavam ali para levá-la embora. Guilherme se recusou a entregar a criança e os três ameaçaram voltar depois.

"Contaram uma história que a Pâmela contou pra eles, que deixou a filha dela para nós criarmos e que a gente não estava querendo devolver ela e eles foram buscar minha filha. Questionei: eu tenho como provar que ela é minha filha. E eles não acreditaram, falaram que queriam levar de qualquer jeito e que iam voltar depois pra resolver o assunto", conta Guilherme.

Guilherme ligou para Emily no trabalho contando a história e ela chamou a polícia. "Cheguei em casa, a polícia chegou em seguida, os três caras não estavam. Essa minha amiga chegou e entrou em contato com o irmão da Pâmela. O irmão da Pâmela foi lá na minha casa, conversou com o policial e falou: nunca teve criança na minha casa, eu nunca vi", diz.

Ela soube então que Pâmela estava dando uma festa para a filha que não existia. Ela foi até o bufê e brigou com a suspeita e a mãe dela, que queria que ela fizesse exame de DNA para provar ser mãe de Laura. "A mãe dela falou, tinha certeza que era filha da Pamela, e queria fazer um teste de DNA", diz.

Depois de toda confusão, Emily ficou com medo de voltar para casa e ficou com a irmã por um tempo. Diz que ainda vive em estado de alerta, tomando cuidado extra com a filha. Pâmela, por sua vez, está internada para receber atendimento psiquiátrico, segundo o advogado. Ela pode ser indiciada por ter fornecido documentos falsos à Justiça durante sua suposta gravidez, quando entrou com ação para receber pensão do ex-namorado. 


Correio