A polícia procura por Geovane de Santana Rocha, 21 anos, um dos envolvidos no latrocínio do estudante Claudson Alberto Silva Júnior, 15 anos, na última quarta-feira, na Barra. O segundo suspeito, um adolescente de 17 anos, que, segundo a polícia, disparou seis vezes contra a vítima, foi apreendido na Gamboa, na região do Campo Grande, e encaminhado para internação provisória.

A delegada Carmen Dolores Bittencourt, titular da 14° Delegacia (Barra), informou que, ao perceber a chegada da polícia, Geovane fugiu de casa, no Campo da Pólvora, em um Saveiro, junto com o filho, a esposa, e alguns eletrodomésticos. Deixou para trás duas placas de carro, sendo uma delas falsificada com fita isolante, três fotos, duas bermudas, uma camisa e um capacete preto, utilizado no dia do crime. O material foi apreendido pela polícia. Ainda segundo a delegada, Geovane pilotava a moto.

A identificação dos envolvidos foi possível através de uma operação conjunta entre a 14° Delegacia, a 11ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/ Barra) e o 18º Batalhão da Polícia Militar, no Centro Histórico. As câmeras de segurança foram o principal meio utilizado pelos policiais para identificar os dois envolvidos. Com as imagens registradas, foi possível refazer o percurso feito pelos criminosos, que saíram da Barra em direção ao Campo Grande, desceram pela Ladeira da Fonte, onde fica a Concha Acústica, e seguiram por ruas que davam no Campo da Pólvora.

Depois que o menor foi identificado, a família foi interrogada pela delegada Carmen e, no dia seguinte, o garoto foi apresentado no mesmo local, onde confessou o crime e contou que abordou o estudante e, em seguida, o atingiu com duas coronhadas. Isso fez com que a vítima reagisse e, segundo as declarações do jovem envolvido, essa reação motivou os seis disparos.

▬ AMIGOS

A família do adolescente apreendido contou, durante o interrogatório, que ele era amigo de Geovane desde os 15 anos e que, nessa idade, já tinha envolvimento com o crime, o que se confirmou com o registro de quatro passagens pela polícia por roubo e tráfico – nenhum registro na região da Barra. Apesar de Geovane não ter passagem, a delegada revelou que ele, possivelmente, atuava “nos bastidores”. 

A delegada também revelou que a família do menor se mostrou triste pela situação e chegou até a pedir que a delegada emitisse um pedido de desculpas aos familiares da vítima em nome deles. “Apesar de conhecerem o histórico do filho, eles se mostraram angustiados com o acontecido”, declarou. 

O major Edmundo Assemany alertou sobre a risco das reações em assaltos. “A gente orienta que as pessoas evitem reagir em situações de crime, nunca é uma boa solução. Os autores do crime geralmente possuem elementos surpresas e tem uma carga emocional envolvida. O importante é manter a calma, entregar os objetos e logo em seguida entrar em contato com a central da polícia”, disse o major. 


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