O corpo da adolescente Ana Vitória Sena de Oliveira, 15 anos, foi encontrado boiando em uma das margens do Rio São Francisco, na cidade de Petrolina (PE), na tarde desta quinta-feira (20). Ela morava no município de Juazeiro, no Vale do São Francisco na Bahia, e estava desaparecida desde a segunda-feira (17). A família da jovem suspeita que a morte tenha relação com um jogo conhecido como Baleia Azul em que o participante precisa tirar a própria vida, no final.  

Segundo o delegado de Juazeiro, Flávio Martins, o corpo de Ana Vitória não apresentava sinais de violência aparente e a suspeita é de que a causa da morte seja por afogamento. Ela foi encontrada por pescadores da região. 

"O corpo estava no rio, na margem de Petrolina, por isso a polícia de lá foi quem fez o resgate e está fazendo a necropsia. Ela estava com a carteira de identidade no bolso e não apresentava sinais de violência. O perito vai confirmar se a morte foi mesmo por afogamento. Estamos aguardando o laudo para avançar na investigação", afirmou.

Antes de desaparecer, Ana Vitória deixou um bilhete para os pais e o namorado em que pede desculpas e diz que "vai voltar para onde nunca deveria ter saído". A adolescente diz ainda que "neste momento estou pulando da ponte". Os familiares encontraram no celular dela o jogo que determina 50 passos para um suicídio.

A Polícia Federal informou que está investigando quem são os administradores do jogo. Os primeiros relatos sobre o Baleia Azul surgiu em 2015, na Rússia, e existe a suspeita de que ele tenha ramificações também nos Estados Unidos, onde curadores estariam administrando grupos fechados do jogo com a participação de brasileiros. 


▬ FAMÍLIA

O jogo é realizado através do Facebook. Nele, uma pessoa envia uma mensagem para o aparelho da vítima e propõe 50 desafios, entre eles, mutilações no próprio corpo. Segundo a irmã da adolescente, Maria Daniela, a jovem tentou se cortar com giletes no domingo - essa é uma das etapas do jogo. "Tinha mensagens de pessoas desconhecidas e, pela conversa, parecia que ela estava jogando Baleia Azul", afirmou, na quarta-feira. 

Nesse mesmo dia, a coordenadora regional da Polícia Civil de Juazeiro, Ligia Nunes, comentou o caso. Ela disse que a família formalizou o desaparecimento na tarde de quarta, mas que ainda não há como vincular o caso ao jogo Baleia Azul.

"Os familiares desconfiam da possibilidade dela ter ingressado no jogo da Baleia Azul, mas nada está confirmado, nem mesmo o suicídio. Só poderemos ter certeza do que aconteceu, quando concluirmos as investigações, mas nenhuma hipótese está sendo descartada", afirmou a delegada, na época.


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