Você está animado com a sua ideia de negócio, mas precisa de dinheiro para colocar o plano em prática. Pegar um empréstimo pode ser uma alternativa saudável para construir uma pequena empresa?

Até pode ser, desde que você faça um planejamento financeiro minucioso para incluir as parcelas no orçamento da empresa, segundo os consultores ouvidos por Exame. Mas antes de correr para o crédito, é muito importante seguir alguns passos.

Primeiro, antes de investir um dinheirão para abrir uma empresa, pense em começar o negócio de forma simples, com o menor custo possível – um conceito conhecido como “lean startup”, ou startup enxuta. Se quer abrir um restaurante, em vez de investir uma grana, comece fazendo eventos na casa das pessoas e teste o modelo da cozinha, por exemplo.

Todo empreendedor comete erros no início. Quando investe muito dinheiro, o erro é mais caro, mas se consegue montar o negócio com o menor capital possível, o erro sai mais barato”, explica o consultor financeiro Renan Damasceno, sócio da consultoria 4blue, especializada em pequenas empresas.

Para começar qualquer negócio, o ideal é se planejar para investir e já ter o capital necessário para abrir e manter a empresa durante os primeiros dois anos. Se isso não foi possível, pegar um empréstimo é uma saída, mas é preciso lembrar que isso aumenta o risco do negócio não dar certo.

Você já começa com uma despesa a mais: a parcela. Assim, só dá para encarar o risco de pegar crédito se você estiver ciente que vai precisar vender e faturar mais, e se planejar para isso. “O que quebra uma empresa não é produto ou serviço ruim. É não ter metas claras de vendas e não saber gerenciar o dinheiro”, aponta Damasceno.

Quanto mais estruturado estiver o seu plano de negócios, mais chance você tem de conseguir empréstimo, como sugere o professor de finanças do Insper Ricardo Humberto Rocha. Se você está partindo do zero, pode ser difícil conseguir aprovação de crédito. Além disso, quanto maior o risco para o banco, mais alta a taxa de juros cobrada.

É essencial comparar as taxas de juros cobradas entre os bancos em vez de correr apenas para o seu gerente, como recomenda o consultor do Sebrae Douglas Almeida. Não despreze bancos locais, não tão conhecidos, mas que normalmente cobram taxas de juros mais baixas e têm linhas de crédito focadas em micro e pequenos empreendedores.

E atenção: jamais pegue empréstimos para pessoa física para financiar sua empresa, sob pena de não conseguir arcar com os juros altos e os prazos curtos de pagamento.


Exame