No dia em que a ex-primeira-dama Marisa Letícia teve sua morte cerebral decretada, um escândalo afetou parte da classe médica do Hospital Sírio-Libanês, onde ela estava internada, em São Paulo.

De acordo com apuração do jornal O Globo, uma médica reumatologista teria vazado informações sigilosas do diagnóstico da esposa de Lula a um grupo de médicos amigos no WhatsApp há 10 dias, horas após a internação de Marisa Letícia.

Pelo chat, a médica confirmou que dona Marisa estava no pronto-socorro com diagnóstico de AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico de nível 4 na escala Fisher (um dos mais graves). A notícia se espalhou em outros grupos. No dia de sua internação, o boletim médico divulgado pelo hospital falava em hemorragia cerebral por ruptura de um aneurisma, mas não continha detalhes do diagnóstico.

Coincidência ou não, no mesmo dia, um outro médico (que nem pertence ao Sírio-Libanês) postou no grupo do WhatsApp imagens de uma suposta tomografia de Marisa Letícia, mais tarde confirmada pela médica reumatologista.

Quando a médica diz que Marisa ainda não tinha sido levada para a UTI, um colega residente em urologia comenta: "Ainda bem!". A médica responde com risadas. Outro médico do grupo também ironizou o quadro de dona Marisa: "Esses fdp vão embolizar ainda por cima", escreveu – o procedimento de embolização provoca o fechamento de um vaso sanguíneo para diminuir o fluxo de sangue em determinado local. "Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela", escreveu o médico.

O Hospital Sírio-Libanês emitiu nota oficial dizendo que a médica reumatologista foi demitida.


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