Após quase três horas de reunião, a Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro), o Flamengo e o Vasco marcaram a semifinal da Taça Guanabara, 1º turno do Campeonato Carioca, para este sábado, no Estádio Nílton Santos (Engenhão), às 21h (de Brasília).

Na reunião, que contou inclusive com representantes de outros times, como Fluminense e Madureira (que fazem a outra semi no sábado, às 16h30, em Volta Redonda), também ficou definido que os times não irão aceitar a torcida única para o clássico no Engenhão.

Por isso, a Ferj e os cartolas enviaram documento à Justiça do Rio de Janeiro pedindo que a decisão seja derrubada, para que a semifinal possa ter torcida dividida no Nílton Santos. O prazo para o Legislativo responder é esta quarta-feira.

"Foi uma questão unânime: todos discordam do posicionamento, embora sejam obrigados a cumpri-lo, da torcida única. Entendemos que dentro do estádio a violência é insignificante, e que o problema todo acontece fora dos estádios", disse o presidente da Ferj, Rubens Lopes, citando a liminar que obriga o clássico a acontecer com torcida única.

A expectativa é por uma decisão favorável aos clubes por parte da Justiça.

"A Federação está desenvolvendo ações juntamente com os clubes para tentar reverter isso (torcida única). Os anseios e a certeza é que haverá sensibilidade do Magistrado, à luz dos argumentos que foram apresentados, e há expectativa de que ele reconsidere sua decisão", afirmou Lopes.

"Em função disso, vamos aguardar o resultado até amanhã (quarta-feira), sem pensar em quaisquer outros assuntos a não ser a decisão do Magistrado, que esperamos que seja favorável (à Ferj e aos clubes), revertendo sua posição", salientou.

No pronunciamento feito na sede da Ferj, os presidentes de Flamengo (Eduardo Bandeira de Mello), Vasco (Eurico Miranda) e Fluminense (Pedro Abad) ainda fizeram discursos contra a violência.

"Não somos inimigos. Todos os presidentes que estão aqui são torcedores apaixonados, mas não são inimigos. Entendemos que um precisa do outro e que as torcidas podem conviver em paz, como sempre aconteceu desde que eu era pequenininho e frequentava o Maracanã", disse Bandeira de Mello.

"Naturalmente corroboro as palavras do presidente Bandeira, e a partir do momento que a gente admite que dois seres humanos que torcem por times diferentes não podem conviver no mesmo lugar, a gente percebe a falência da sociedade. E o Governo, colocando a torcida única, a falência do Estado", prosseguiu Abad.

"O apelo que eu faço diretamente ao torcedor do Vasco e às torcidas organizadas é que, se tem na organizada meia dúzia, oito, 10, três, dois, um torcedor infiltrado que seja, que se criminalize, que se penalize essas pessoas e que a própria organizada expurgue esses elementos da torcida", bradou Eurico.

"Meu apelo é que volte aquela situação de ter a provocação, o canto, mas que tenha paz, para que o torcedor de uma maneira geral não seja penalizado. Uma decisão dessas (torcida única) penaliza todos os torcedores, como se todos fossem bandidos", acrescentou.


ESPN