A Arena Condá recebe nesta quarta-feira (30) mais uma homenagem às vítimas do desastre com o voo da Chapecoense na Colômbia. Hoje aconteceria, em Medellín, a partida entre o time catarinense e o Atlético Nacional, pela final da Copa Sul-Americana. Morreram no acidente 71 pessoas, incluindo jogadores, dirigentes, comissão técnica, jornalistas e tripulantes. Outras seis sobreviveram. Em Medellín, o Atlético Nacional também faz uma homenagem, no Estádio Atanásio Girardot, que seria o palco da partida.

As arquibancadas do estádio em Chapecó se encheram de torcedores, que aplaudiram, cantaram os nomes dos jogadores e rezaram juntos.  A programação inicial previa uma celebração ecumênica a partir das 20h, de Brasília, com pastores e um padre. O início foi adiado para mais próximo ao horário em que começaria o jogo. No centro do gramado, cadeiras e um altar para a celebração. Ali ficarão amigos e familiares.

O pequeno Carlos Miguel Garcia, 5 anos, mascote do clube vestido de índio, compareceu hoje e foi saudado pela torcida. Jogadores que não viajaram também compareceram, além de atletas que têm ligação com o clube. O lateral Fabiana, do Palmeiras, que fez o gol do título alviverde justamente contra a Chape, estava bastante emocionado. Ele foi formado pelo clube catarinense. 

Os nomes das vítimas do acidente, com fotos, foram exibidos no telão. A torcida gritou o nome dos jogadores e aplaudiu. 

No domingo, a organização vai realizar um abraço coletivo dentro e fora do estádio, às 17h, horário em que a Chape encerraria sua participação no Brasileiro, enfrentando o Atlético-MG. A partida foi adiada para o dia 11 de dezembro.

Colômbia

Em Medellín, a entrada foi gratuita e os 45 mil lugares foram ocupados por torcedores que entoaram gritos da torcida da Chapecoense. "Vamo, vamo Chape" se ouvia das arquibancadas. Outras milhares de pessoas, sem ingressos, faziam vigília do lado de fora do Atanasio Giradot.


Outra música cantada pela torcida diz "Não, não nos esqueceremos, que esta Copa se vai para o céu". A torcida do Nacional também criou outro cântico: "Que escutem, em todo continente, sempre recordaremos, o campeão Chapecoense". 

Os colombianos levaram flores, velas e bolas brancas, além de várias faixas e cartazes. Fotos dos jogadores da Chape e bandeirinhas com o escudo do clube catarinense também eram vistas. Ao som de tambores, os torcedores cantaram em homenagem às vítimas do acidente. 


A cerimônia começou com pombas brancas sendo soltas. Por volta das 21h (horário de Salvador), jogadores e dirigentes do Nacional entraram em campo, segurando flores, em lembrança dos mortos no acidente. Os hinos da Colômbia e do Brasil foram executados. O ministro das Relações Exteriores José Serra fez um discurso e se emocionou ao falar das vítimas. Técnico do Nacional, Reinaldo Rueda desejou força às famílias da vítima e citou vários jogadores da Chape. "Obrigado Brasil por tudo o que vocês nos ensinaram ao longo dos anos no futebol", disse, com lágrimas nos olhos.



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