Uma adolescente de 14 anos está entre os envolvidos no ataques racistas contra Titi, 3 anos, filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. A delegada Daniela Terra, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), deu coletiva nesta quarta-feira (21) com detalhes da Operação Gagliasso. Os artistas prestaram queixa após os ataques racistas, que aconteceram há cerca de um mês.

"Todas as pessoas suspeitas foram levadas para a delegacia e uma menor de 14 anos, moradora de uma comunidade de baixa renda e sem infraestrutura de Guarulhos (SP), confessou (o crime). Ela não se mostrou em nenhum momento arrependida, o que causou estranheza. Perguntamos qual cor ela achava que tinha e ela disse que era negra, que quis fazer isso. Outros suspeitos foram ouvidos, mas chegou-se a conclusão de que eles apenas dividiam a internet com a casa da jovem e não tinham relação com o caso", disse Daniela, segundo o Ego.

Segundo a delegada, a adolescente tem familiares negros e já tinha envolvimento em ataques racistas à cantora Gaby Amarantos.  "É uma família misturada e todos se dizem negros. É com surpresa e tristeza que vemos isso acontecer. É um passo para trás", diz. "É a mesma menina que fez comentários racistas sobre a Gaby Amarantos".

A adolescente vai responder por infração análoga à falsa identidade, por ter criado um perfil falso, e ao crime de injúria por preconceito. Ela será apresentada ao Ministério Público de São Paulo.

O advogado Michel Assef Filho, que representa Bruno e Giovanna, diz que Titi já tinha sido alvo de comentários racistas e os pais sempre apagavam. Dessa vez, eles resolveram ir adiante. "Todos nós ficamos felizes porque a autoridade policial trabalhou rápido e encontrou a responsável pelas ofensas. Essa foi a forma de eles encerrarem o assunto. O que eles tinham que fazer, fizeram. Agora o caso vai ser encaminhado ao juizado".

Os artistas ainda não decidiram se vão pedir indenização ou fazer algum acordo. Segundo a delegada Daniela, é comum que menores estejam envolvidos neste tipo de crime pela internet e os pais devem ficar atentos. "Os pais deveriam ter maior fiscalização em cima dos filhos. As pessoas usam a internet achando que não vão ser identificadas por disporem de perfis fakes, mas nós conseguimos chegar a esses perfis e o crime deixa rastros sendo cometido ou não pela internet".


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