O deputado cassado Eduardo Cunha foi preso nesta quarta-feira (19), pela Polícia Federal, em Brasília, e sua casa, que fica Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi alvo de uma operação de busca e apreensão. A operação foi autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro, que cuida dos casos da Operação Lava Jato. 

Cunha foi detido em seu apartamento, na capital federal, e foi levado para o hangar da PF no Aeroporto de Brasília para embarcar para Curitiba, onde estão sendo conduzidas as investigações. A previsão é de que ele chegue entre 17h e 18h (horário de Brasília) à capital do Paraná.


O pedido de prisão de foi feito por Moro sob a afirmação de que a liberdade de Eduardo Cunha representava risco "à instrução do processo, à ordem pública, como também a possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior, além da dupla nacionalidade (Cunha é italiano e brasileiro)", afirma em nota a Justiça Federal do Paraná.
Eduardo Cunha é investigado sob suspeita de ter recebido propinas para liberar recursos da Caixa Econômica Federal, além de outros crimes. Na Operação Lava Jato, ele é réu sob as acusações de lavagem de dinheiro, corrupção e evasão de divisas. O processo estava no Supremo Tribunal Federal, mas com a cassação do mandato de deputado, ele perdeu o foro privilegiado e desceu para a primeira instância, na Justiça Federal do Paraná.
Apesar das investigações, ele nega ter recebido cinco milhões de reais em propina em contas na Suíça. O dinheiro seria originário de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África. 

Eduardo Cunha havia sido intimado pelo juiz Sérgio Moro na última quinta-feira (13) e tinha 10 dias para apresentar resposta preliminar à ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta encaminhada à 13ª Vara Cível do Paraná pelo ministro do STF Teori Zavascki. Com isso, Moro aceitou a denúncia.