O Brasil vai manter o objetivo de ficar entre os 10 maiores medalhistas olímpicos nos Jogos de Tóquio 2020, afirmou nesta segunda-feira o diretor executivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marcus Vinicius Freire, que elogiou o desempenho dos atletas brasileiros nos Jogos do Rio apesar de o país não ter atingido a meta estabelecida para o evento em casa.
Com um recorde de 19 medalhas, sendo sete de ouro, o Brasil terminou a Rio 2016 como 12º colocado no total de pódios, três medalhas atrás do 10º lugar (ocupado pelo Canadá) que era a meta do país. Na conta de medalhas de ouro, critério adotado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), o Time Brasil ficou em 13º, apenas um ouro atrás da nona colocada Itália.
Segundo o diretor executivo do COB, tão importante quanto as medalhas foi o número de finais que o Brasil disputou no Rio, 70 no Rio contra 36 em Londres 2012. Além disso, o país subiu ao pódio em uma diversidade maior de modalidades do que em Jogos anteriores.
“Número inédito de medalhas, 19; mais que o dobro de ouros; recorde de finais, com o dobro de finais, e aumento de modalidades. O aumento da cesta de modalidades é o sinal que o futuro vai ser ainda melhor”, disse o dirigente a jornalistas, ao fazer um balanço do desempenho brasileiro.
“A meta tem que ser lá em cima mesmo para exigir do atleta. Chegamos muito próximo, foram três medalhas de diferença, e aí estaríamos tranquilamente no top 10”, acrescentou.
Antes dos Jogos do Rio o melhor desempenho do Brasil em Olimpíadas em total de medalhas havia sido em Londres 2012, com 17, e em termos de medalha de ouro em Atenas 2004, com cinco.
Sem citar nomes, equipes ou modalidades, Marcus Vinicius lembrou que alguns favoritos brasileiros antes dos Jogos não ganharam medalhas. Caso tivessem cumprido as expectativas teriam colocado o Brasil dentro do top 10.
“Saímos com tranquilidade e sensação de dever cumprido”, afirmou.
Para atingir a meta de ficar entre os 10 países com mais medalhas o COB traçou uma estratégia com duas frentes, voltar a subir ao pódio nas modalidades tradicionais e conquistar medalhas em esportes de menor repercussão, mas só uma delas funcionou bem, com o surgimento de novos nomes como o canoísta Isaquias Queiroz. 
O país saiu sem medalhas esperadas em esportes como natação, vôlei feminino, futebol feminino e handebol feminino, e também viu modalidades como judô, vela e vôlei de praia ficarem abaixo do número previsto de pódios.
Para crescer no quadro olímpico em Tóquio, o dirigente acredita que será preciso uma combinação de fatores, incluindo a manutenção da parceria com as Forças Armadas, cujos atletas formaram um terço da delegação brasileira no Rio, e um orçamento pelo menos igual ao de 1,4 bilhão de reais utilizado no ciclo olímpico de preparação para os Jogos de 2016.
“Achamos que o número total de medalhas é mais importante do que de ouros para ser uma potência olímpica. A gente tem que estar no top 10 e ganhando em pelo menos 10 modalidades. Essa continua sendo a nossa meta”, disse Freire.
Os detalhes sobre a meta brasileira para Tóquio serão definidos nos próximos dias, até porque os Jogos do Japão terão cinco novas modalidades, entre elas surfe, skate e escalada esportiva, segundo o dirigente.