O padre irlandês Neil 'Cornelius' Horan, que atacou o corredor Vanderlei Cordeiro de Lima durante a prova de maratona da Olimpíada de Atenas-2004, ficou com raiva de ver o brasileiro acender a pira olímpica na abertura da Rio-2016.
Em entrevista ao The New York Times, o padre irlandês que foi afastado do sacerdócio, tentou se reconciliar com o atleta. Ele diz ter  enviado duas cartas, escritas em português, para Vanderlei, que nunca as respondeu. "Eu realmente gostaria de conhecer ele e sua família", disse.
De acordo com o jornal, a raiva vem da tentativa fracassada de reconciliação. O padre afastado também sentiu-se atacado por declarações de Vanderlei, que teria o chamado de religioso fanático. "Vejo isso como um ataque pessoal a mim, a minha missão cristã e ao próprio Cristo".
Ainda sobre o ataque a Vanderlei, ele considera o evento uma obra do destino. "Não sei dizer porque ataquei aquele jovem", disse. "Acredito que existe destino e que algumas coisas são predestinadas".
A agressão de Horan na maratona de Atenas-2004 não foi sua primeira intervenção em um evento esportivo. Em 2003, Horan já havia invadido a pista no GP de Fórmula 1 de Silverstone, na Inglaterra, em prova que foi vencida pelo brasileiro Rubens Barrichelo. O padre segurava um cartaz com os dizeres "leia a Bíblia". Para o padre, o fim do mundo e o retorno de Jesus Cristo vão acontecer em breve e, para promover suas crenças, costuma interromper competições.