A maior surpresa da seleção Top 10 Nacional realizada na Expovinis veio do Vale do São Francisco sob o nome Testardi, um vinho monovarietal, feito com a casta Syrah e assinatura da Miolo (enólogo Flávio Durante), que conquistou a primeira posição entre os tintos nacionais. A degustação foi realizada às cegas, isso significa que os jurados receberam o líquido, mas não puderam associá-lo a qualquer produtor, que só foi anunciado a posteriori, depois de revelados os resultados.

Era palpável, além do espanto que circulava entre os que recebiam a notícia, uma certa reserva em relação ao resultado. Compreensível, afinal, na tradução pura e simples daquilo a que se propôs a lista, a leitura é uma só: o melhor vinho tinto do Brasil é fruto de um terroir de pouquíssima tradição na vitivinicultura – apenas 10 anos – o Sertão nordestino, uma vez que as instalações da Miolo ficam em Ouro Verde, Bahia, no limite com o Estado de Pernambuco.

“É um vinho de produção limitada, só assim é possível obter tal concentração de qualidades, afinal foram cinco mil quilos de uvas por hectare para produzir apenas mil garrafas”, pondera Luís Ramos Lopes. Ainda que assim seja, o Testardi não deixa de ser um certificado de garantia a respeito da potencialidade da região.