Em audiência na segunda-feira, juiz decidiu pela liberação do atacante.
Sylvestre ainda será julgado pelo crime ocorrido em 2013.
O jogador de futebol Sylvestre, ex-atacante da Juazeirense, preso pelo roubo de um celular em 2013, deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste, na tarde desta terça-feira (1º). Ele responderá em liberdade até a sentença do julgamento que deve sair em até um mês.

Durante audiência do jogador, que aconteceu nesta segunda-feira (29), no Tribunal de Justiça do Rio, o jovem Erick Santos Barbosa assumiu o crime pelo qual o atleta é acusado e foi levado para a delegacia algemado.

Após ouvir as testemunhas e o réu, o juiz Rudi Baldi entendeu que as provas foram esgotadas e que Sylvestre é réu primário. A prisão foi substituída pela proibição de o réu ausentar da cidade sem autorização.

"Entendemos que você não oferece risco aos outros, mas ainda não estamos falando de culpa", disse o juiz, que não autorizou fotos dentro do tribunal.

Chorando muito, Sylvestre comemorou a decisão. "Sei que sou inocente, eu não fiz isso. Peço desculpas por não ter comparecido antes, eu tinha medo de ficar preso. Tenho até vergonha de voltar pra casa mesmo sabendo que sou inocente."

Erick disse no tribunal que foi pressionado por sua família a se entregar. "Eu que fiz mesmo.  aqui porque minha família me encheu o saco. A família do moleque [Sylvestre] não tem nada a ver com isso. O crime aconteceu no Recreio, lembro de tudo. A vítima era uma loirinha, eu abracei ela, fingi que era namorado dela e levei o celular. Ninguém quer ficar preso, se entregar", disse.


Preso desde 11 de fevereiro
Sylvestre está preso desde 11 de fevereiro. A família e o o atleta dizem que ele é inocente e que tudo não passa de um engano. Sylvestre foi preso porque o nome dele aparecia como proprietário da Kombi usada no crime. Mas o jogador já tinha vendido o veículo e diz que estava jogando uma partida na Bahia no dia do roubo. O verdadeiro dono da Kombi esclareceu o engano: o sobrinho dele admitiu o crime em depoimento na delegacia e em juízo nesta segunda-feira.

"Não passei a Kombi para meu nome porque minha vida estava corrida. O Walace [que teria comprado a kombi de Sylvestre] é meu conhecido de infância, nunca achei que isso fosse acontecer. Eu conhecia o Erick, mas não sabia que ele cometia crimes [o jovem já tinha passagens pela polícia]. Isso tá acabando com a minha vida e a da minha família. Nunca tive passagem pela polícia", disse Sylvestre nesta segunda, em juízo.

Durante a audiência, foram ouvidas seis testemunhas de defesa. Entre elas, Erick e Walace, para quem Sylvestre vendeu a Kombi; o presidente do Juazeirense, clube que ele jogava quando o crime aconteceu; a vítima e a mãe dela, Alessandra Feitosa.

Alessandra voltou a dizer em juízo que sua filha se confundiu ao dizer que Sylvestre havia sido o autor do crime. Na época, a vítima reconheceu o jogador em uma foto 3x4.